Esperar um comportamento difuso do presidente Jair Bolsonaro, é não compreender de quem estamos falando, de um ser que é afeito a lançar mão de um faceta troglodita, mostrando-nos o que ele tem de mais fétido na alma. Trata aos seus opositores como, se fossem inimigos aptos a desfalecerem, uma vez que tornam-se inoportunos aos seus planos. Ainda mais sendo eles jornalistas, que têm como uma de suas obrigatoriedades, desvelar aquilo que está encoberto, os fatos que os poderosos tencionam mantê-los obscurecidos, como essa relação indiscreta entre o mandatário e o seu fiel escudeiro, que no decurso de anos, fora um enorme quebra-galho. 

Millôr Fernandes cunhou, uma das epígrafes que sintetiza a essa profissão, "jornalismo é oposição, o resto é armazém de secos e molhados", portanto ser amigável com os poderosos, deveria ser a principal premissa, porquanto existe a necessidade de uma certa equidistância, dos que ostentam ao seu poderio. Mas em terras brasileiras, temos exemplares daqueles que optaram em conjugar-se com os chefes estatais, vide a Alexandre Garcia, que faz do seu ofício, e das tribunas a sua disposição, um espaço de defesa de Jair e seus familiares, sendo uma amostra, daquilo que não deve-se fazer, qual a sua capacidade de apontar aos erros do presidente? E tantos que enveredaram-se por este veio, por ser mais fácil, basta apenas aceder com os afagos e proferir teses contraditórias. 

Inexiste a imparcialidade, em qualquer material produzido por um jornalista, ali estará o seu viés ideológico apresentado, devido a isso, que o exercício a ser realizado é o de buscar escutar, a maior quantidade de fontes possíveis, para construir a partir disso, um arcabouço qualitativo de informações. Senão, corre-se o risco de absorver e replicar inveracidades, e favorecer a líderes, que somente observam aos seus interesses espúrios, como ocorre aqui no Brasil. Vencer a essa engenharia é um sonho a ser atingido.