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Coluna de Marcos Roberto: Vamos tocar ao barco
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Publicado em 10/08/2020

No Brasil bolsonarista, 100 mil mortes é algo frugal, que não merece tamanho reconhecimento, da gravidade. Neste país temos jornalistas, como o Alexandre Garcia, que na rede CNN Brasil, é capaz de afirmar, de que a cloroquina é eficaz, mesmo sem as devidas comprovações, atestando com suas declarações, de que muitos desfaleceram por inutilizar tal medicamento, defendendo desbragadamente, as teses do presidente, que como mensagem de consolo aos brasileiros, por essas mortes, recomendou que tocassemos a vida. Animador são essas palavras. 

 

Mas quiçá, encontra na população consonância, é somente observarmos como refestelam bares, restaurantes e shoppings, mesmo com a ascendência das mortes por coronavírus. Eu sei de que a esperança é uma vacina, mas até que realmente esteja disponível a todos, e não apenas aos mais abastados, como cidadãos, deveríamos estar exigindo das autoridades competentes, às devidas responsabilidades, de cumprir aquilo que a liturgia do cargo lhe confere. Mas como diria Caetano, nesta terra a dor é grande e a ambição é pequena, carnaval e futebol. E com esta toada, prosseguimos com o martírio, com a tácita certeza de, que por ventura, poderíamos termos evitado, uma situação tão vexaminosa. 

 

Temos um mandatário, que consterna-se com a explosão no Líbano, tanto que tenciona enviar uma comitiva ao país, capitaneada por Michel Temer, mas que continuará a denegar assistência ao seu povo, e nós assistiremos silenciosamente ao  espetáculo, torcendo para que a sorte, talvez imbua-se dos encargos da problemática. No Brasil bolsonarista, a tônica é uma indignação efervescente, acompanhada de uma letárgica atitude de contemplação. Toquemos ao barco. 

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