Determinados episódios, deveriam ter o mesmo impacto, mas infelizmente não é dessa maneira. A algumas semanas ficamos estarrecidos, quando um agente policial estadunidense mostrou o seu furor e ódio, quando assentou o seu joelho, sobre o pescoço de George Floyd. Assistimos a suas últimas palavras pelas imagens, e então aquilo provocou-nos a irmos atrás de uma justiça cabível. Manifestações arrastaram e instaram pessoas a ocupar os espaços públicos, seja na terra do Tio Sam, como por essas bandas. Mas aqui no Brasil, tivemos uma cena similar, de uma comerciante, que sofrera uma abordagem desproporcional por parte de um policial.
Por reivindicar, qualquer tipo de respeito por parte dos frequentadores, tivera como recebimento, um pé em seu pescoço, como se fosse um animal abatido. O que surpreende-me, é o silêncio de nossa população, que ao observar tal imagem, manteve-se inerte, não vimos ruas e monumentos serem preenchidos pela massa, nem tampouco, demonstração de solidariedade. Se existiu, fora tímido, sem qualquer tipo de representatividade. Talvez, de maneira hipodérmica, habituamos a assistir a truculência estatal, e concluímos de que somos impotentes, para modificar esse paradigma.
Convivemos em nosso país, com massacres de pobres e negros, mas enquanto não nos atinge, ficamos apenas a ver o sangue, escorrendo pelas vias públicas, e prosseguimos com nossa flácida rotina. O projeto que está no poder, representa isso, a frugal licença, para exterminar o empecilho social. Será que não temos a capacidade de comover-se com um irmão brasileiro?