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Coluna de Marcos Roberto: A santa ignorância
24/06/2020 16:52 em Colunas

Umberto Eco, filósofo italiano, autor do clássico literário "O nome da rosa", certa feita cunhara uma epígrafe, que em tempos atuais, ganha um sentido estridente, de que as redes sociais fornecera voz aos imbecis. Se observarmos as redes sociais brasileiras, veremos a quantidade de conteúdo duvidoso que é produzido, e que originam-se, dos mais obscuros sítios cibernéticos, cujo o intuito claro, é de destruição de uma idéia proeminente, de uma figura pública destacável ou de um movimento que surja com objetivos nobres. E realmente, o filósofo fora muito feliz em sua explanação, as redes serviram para potencializar, conteúdos que possam ser nocivos, justamente por ela ser um espaço democrático, onde é perceptível a inexistência de uma consciência crítica em muitos dos locais de debate. E é nesse inócuo ambiente que aparece seres, com discursos de fácil assimilação, com argumentos que não necessitam, de uma reflexão densa para compreendê-los, pois lidam com aquilo, que muitos consideram o óbvio, vascolejando as emoções internas do ser humano, apelando para o lado instintivo, animal do Homo Sapiens. E o Brasil tornasse campo fecundo para esse tipo de experimentação. Não é a toa, que as mídias bolsonaristas avultaram-se nos últimos anos. Por oferecerem essa retórica simplória, sem muito requinte, e que são capazes de instar aos indivíduos que os acompanham, a não pensar, apenas, buscando agir por modos virulentos, agressivos, fazendo-os odiar aos que amam o conhecimento, e portanto tem uma probabilidade de serem pessoas mais cultas e inteligentes. E por não estimarem ao discurso embasado empiricamente, lançam mão, muitas vezes da vociferação em altíssimos decibéis. Como fazem Olavo de Carvalho e Alan dos Santos, exemplos daquilo que Umberto Eco denominou de imbecis. Por serem sujeitos irracionais e incapazes de formular um raciocínio plausível, passam a pulverizar mentiras, que são de fácil comprovação. Bastando uma pesquisa minuciosa, para desconstruir as bobagens. Como alguém que tem afeição, pela informação de qualidade, condeno esse pseudo jornalismo, como querem classificar, os apoiadores desses elementos espúrios. Hoje, temos a consciência, de que estamos sendo tributados pesadamente, por uma fração de nossa população, ter dado crédito às palavras ditas, por esses representantes citados, e outros, que enxergaram a oportunidade de enriquecer-se com a fragilidade de nossa população. É indubitável, que teremos de conviver com esse malefício, mas que as lições desse momento, possam mostrar-nos de que a idiotia e imbecilidade custa um preço, que somente os desvairados tem coragem de arcar.

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