Tom Jobim, certa feita cunhara uma de suas brilhantes epígrafes, de que esse país não seria para amadores, e realmente, ao conviver com todas essas calamidades públicas, como a desfaçatez governamental em relação ao covid-19, somente quem tem um estômago resistente, é que não sente-se incomodado. Estamos com mais de 40 mil defuntos por essa convalescência, mas o que está a ditar o ritmo nesses dias, são os interesses mercantis, pois vemos as ruas recebendo aos borbotões a população, como se não existe nenhuma ameaça pairando no ar. A impressão é de que já suplantamos a doença. O Lockdown configurou como uma hipótese consistente em muitos estados, mas fora descartado pela crença, de que uma reabertura consciente, com uma série de determinações, basta para afastar ao inimigo, mas que sem nenhum tipo de fiscalização, tornasse apenas uma efêmera ideia de controle, que esvaziasse com o decorrer dos dias, e o fluxo reprimido de compradores, pois sabemos de que ao habituar-se com tal panorâma, fica mais simples de lidar com o vírus, sem muito pavor. E no fundo é o que boa parte de nós tenciona a fazer. Especialistas alertam de que não vivenciamos o pico, e que todos os cuidados seriam fundamentais para arrefecer os danos, mas como isso não haverá, devemos sim, prepararmo-nos para um momento aflitante em junho e julho. Optamos no Brasil, por não encararmos uma epidemia com o rigor pedido, e o que estamos observando é a demonstração de uma força descomunal, que em sua missão vai destroçando o país, fazendo-o ser classificado como um párea, com os brasileiros sendo impedidos de adentrar a fronteiras alheias. Ao encerrar essa semana tão dificultoso, é crer de que uma vaga esperança persiste no horizonte, de que sairemos bem, mas digo-vos, é apenas uma expectativa, porquanto a realidade não permite acreditar de que ao sermos governados por um inepto, conseguiremos encerrar esse período com um desfecho exitoso, as 40 mil vidas que se foram, é o eloquente argumento de que ainda temos muito a acompanhar.