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Coluna de Marcos Roberto: Não podemos esquecer
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Publicado em 09/06/2020

Os mortos sumiram, como já ocorrera anteriormente em períodos lúgubres ditatoriais, quando muitos cadáveres foram ocultados dos registros oficiais, uma atitude que fora a época preconizada por aqueles que ocupavam os cargos de comando, e para que a população tivesse a sensação de que não existiam mortes políticas, aqueles que desfaleciam nos porões ensanguentados do regime, e que eram lançados em valas comuns, nos cemitérios clandestinos, como sujeitos indigentes. E realmente, sem a descoberta desses defuntos, como poderiam desferir acusações ao estado. Uma similaridade com esses tempos contemporâneos, com um governo refestelados dos mais torpes generais, como o Pazzuelo, que decidira modificar a contagem de mortes, fazendo com que muitos não sejam inseridos na listagem da covid-19, sendo deslocados a gama, dos que não terão o direito de tornarem-se símbolos do descaso governamental. Estamos sendo circundados por um ideário mortiço e sem escrúpulos. Notoriamente, o governo federal optou por não ser translúcido, talvez, tencionando retirar de sua estrutura, a responsabilidade por não saber gerir com clareza, essa nau desgovernada. Todos os brasileiros conscientes conhecem o caos que está a pandemia em solo tupiniquim, os números quando eram divulgados periodicamente, não nos deixavam dúvidas, de que chegaríamos a um momento, em que os moribundos estariam em um percurso de elevar a sua somatória. Enfim, já estamos a conviver com esse panorama, e o que permite que sejamos pessimistas em um minoramento dessa situação, são essas reaberturas descabidas dos comércios em muitas cidades, que apenas servirão, para dar um pouco mais de celeridade a perpetração da doença em nosso país. Ocultar os que tiveram o trágico destino, apenas revela-nos de que infelizmente, em aspectos diversos a doença fora exitosa em sua missão. Por encontrar solo fecundo, para aqui germinar a semente destrutiva. Irrigada com as lágrimas daqueles que debruçaram-se sobre esquifes cerrados, onde corpos gélidos exalavam o odor da perda. Esse plantio fora adubado pela negligência governamental, que em nenhum momento apiedasse dos seus, pela descrença popular, onde um nicho idiotizado realmente dispensou os cuidados devidos, transformando-se em agentes fúnebres. Não há outro modo de estancar as máculas abertas, a não ser, aplicando um medicamento realmente necessário, muito mais eficiente do que a cloroquina, que a destruição desse ideário de morte, com a queda de quem não deveria nem estar assentado lá.

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