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Coluna de Marcos Roberto: Um final que não representa nada
08/06/2020 19:09 em Colunas

  Esse início de semana, inaugura aquilo que muitos o denominaram de o "novo normal". Com a flexibilização da quarenta, com a reabertura de comércios, shoppings, e igrejas em muitos locais, mesmo com a evidente curva de ascendência de contágio registrada pelos números de óbitos e pessoas contaminadas nas últimas semanas, simboliza uma tentativa, que sem nenhuma paixão, poderemos classificar de desesperada, para que se salve algo, que está fadada aos escombros, que é a nossa parca economia. Nitidamente o Brasil sempre estivera na trajetória inversa dos países bens sucedidos no combate ao coronavírus. Primeiro, pela inoperância do governo federal, personificada na pessoa do presidente da república, que desde o principiar de todo esse martírio, fora o grande entusiasta para que denegássemos ao risco, para que pudéssemos encarar ao covid, com bravura. E desde o seu primeiro pronunciamento a nação, quando dissera de que era uma gripezinha, vimos uma parcela significativa aderir a esse discurso, e passar a ter um comportamento, que denota total tranquilidade em relação aos riscos de contaminar-se. Essa atitude derivou um outro aspecto, que fora o ínfimo numerário do isolamento social. Em muitos estados como São Paulo, determinou-se de que deveríamos ter 70% de pessoas em suas residências, mas com o decurso do período epidêmico, esse índice oscilou sempre em torno de 50%, quando não tínhamos um decréscimo, e com isso, gerou uma acomodação em relação a medidas enérgicas que deveriam ter sido tomadas. João Dória, preferiu instituir um mega feriadão, que não trouxe presságios que pudessem mostrar um caminho. E também uma parte da sociedade não cooperou. Deliberadamente optou por crer em opiniões de pseudos especialistas, chegando a clamar pela cloroquina, ao invés de escutarem aos que realmente compreenderam onde essa doença nos levaria. Um excedente de moribundos, como aqui no Brasil. Por isso, a flexibilização pode representar o quão leviano são essas ações. Dizem em aumento de leitos, sendo que deveríamos estar proferindo a diminuição de mortes. Elevar a quantidade de UTIs disponíveis na rede pública, é somente preparar-se para o que é inevitável, a extrapolação de seres que serão acometidos pela doença. Como em terras brasileiras tudo é atípico, está aí mais um episódio, de um país que nunca entrou em quarentena e já está a sair, e que agora resolveu ocultar os cadáveres, como se estivéssemos em um regime ditatorial, será que já não estamos?

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