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Coluna de Marcos Roberto: Não pode nos calar
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Publicado em 05/05/2020

Silenciar-se, não emitir nenhuma sonoridade por intermédio dos lábios, calar a boca, foi isso, que na manhã desta terça-feira, o presidente solicitara aos órgãos de imprensa, e em específico, ao períodico paulista, Folha de São Paulo. Estando ele, defronte ao cercadinho, onde ele concede as mais estarrecedoras entrevistas, deliberadamente optou, por mais nessa oportunidade, desferir contra a imprensa, e a liberdade coletiva, de todos nós sabermos a respeito dos vossos desmandos, ataques frontais, utilizando-se de um linguajar característico daqueles, cujo o escopo linguístico é algo parco, denominando o jornal de lixo, e apoiado sempre, por uma turba de sujeitos, que postam-se diante da residência oficial, para prestar a Jair Bolsonaro, a sua torpe solidariedade, e por ele são insuflados, a dirigir-se a esses trabalhadores da imprensa, com tamanha brutalidade, tencionando sempre, seviciar a esses, que buscam em seu ofício, desvelar o que está enevoado no planalto. Mas como o Messias brasileiro, não sabe conviver com o contraditório, ele busca com rispidez e rudeza, afugentar aos que desejam, perfurar o invólucro, que o circunda. Mas isso é inevitável, uma vez que a personalidade dele e de seus filhos, está calcada na capacidade de atrair a atenção, pelos variados escândalos, que proliferam-se, em cada chance que os veículos de comunicação têm, de imergir nesse oceano denso, de dissabores bolsonaristas. Recentemente, descobriu-se de que a primeira dama, Michelle Bolsonaro, já fora uma encarcerada, tendo ficado presa, por um período de três anos, por ter sido uma traficante de drogas, não somente ela, mas outras familiares seus, também tem passagem bastante auspiciosas, pelo mundo da criminalidade, e tudo isso, viera a conhecimento da população, graças ao trabalho investigativo praticado pelos jornalistas. Admira-me os mais importantes barões da mídia não serem ruidosos na defesa, do direito da massa brasileira, de conhecer o lado obscuro dos personagens políticos, isso tem uma explicação plausível, mas ao mesmo tempo, idiossincrática, o que aspiram esses donos dos conglomerados comunicacionais, é de que Bolsonaro decaia de seu cargo, mas essas empresas, correlacionam-se com a político econômica de tal governo, capitaneada por Paulo Guedes, portanto, dificultasse a disseminação de críticas. Mas, as evidências estão nítidas, não se pode mais, aceder e atenuar, comportamentos que não são dignos de um estadista, uma democracia, somente pode ser considerada sólida e sedimentada, quando se permite, que a imprensa exerça a suas atividades, sem nenhum tipo de restrição, onde possasse produzir um conteúdo que permita a cada cidadão, referendar as suas opiniões, não tendo órgãos que visem, apenas, estabelecer uma relação cordata, terna, mas sim, com respeitabilidade para com o público, sendo os jornalistas, como rege a égide da profissão, os vigilantes do poder. Que Bolsonaro seja coarctado em seus loucos devaneios, que possam coibi-lo em suas atitudes execráveis, de tornarsse um empecilho ao labor jornalístico, pois se isso, consolidar-se, poderemos considerar o encetamento, do findar do nosso período democrático.

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