O final de semana, trouxe-nos cenas, que traduzem o estado de espírito de um país, que a cada novo raiar do sol, busca frenéticamente, transpor o que poderia considerar-se, uma democracia respeitável. O que enxergamos pelas vias públicas, são grupos apequenados, mas, muito organizados e radicalizados, praticando aquilo que consideram ser atitudes de uma parcela social, que porventura, estaria exercendo o que a constituição rege, que é, expressar-se livremente. Mas existe algo de peculiar em suas palavras de ordem, eles desejam que fechasse imediatamente o congresso nacional, ao supremo tribunal federal, e que não cumpra-se mais a constituição, e também, que ao inverso de termos um presidente eleito pelo voto popular, instaure-se um regime totalitário, onde o poder concentre-se na figura, de somente um indivíduo, que com tais prerrogativas, poderia fazer com que uma sociedade livre, regressasse a um estágio, onde a subordinação inquestionável a um déspota, seria a tônica. O que torna ainda mais incompreensível esse tipo de manifestações, é quando um homem, que fora eleito, dentro do regramento democrático, tendo colocado o seu nome a disposição de uma análise popular, sendo ele, a opção de 54 milhões de pessoas, e por isso, alçado ao assento, que hoje ocupa, com todos os desagravos possíveis, endossar tais anseios, trazendo em seus diversos discursos, o desejo de que todos, o obedeçam, proferindo de que não aceitará ser contrariado, pelos outros entes que compõem a estrutura de governança, o executivo, vinculado ao gabinete presidencial, o legislativo, composto por câmara e senado, e o judiciário, materializado, na participação do supremo tribunal federal. E ainda, transparecendo para qual nação, destina-se o seu sentimento patriótico, soerguendo uma bandeira norte-americana, pela qual alimenta uma afeição excedente, e a de Israel, representando o seu lado fundamentalista, demonstrando que sem os pastores néo-pentecostais e suas crendices, ele não governa. E não nos esqueçamos, que em todas as suas declarações, aludi, para um apoio por parte das forças armadas, deixando-nos uma interpelação, o que defende os generais do nosso país? Estão saudosos pelo golpe de 1964? Bolsonaro, como se estivesse em um namoro, flerta desbragadamente, com o desejo subjacente, de suplantar o direito, de optarmos quem governará essa nação, explicitamente, infringe as leis constitucionais, por saber, de que em 1 ano e quatro meses, em nenhum momento, fora incomodado pelas barbaridades que preconiza, um exemplar disso, é quando refere-se a uma repórter da Folha de São Paulo, Patrícia Campos Melo, dizendo que ela queria dar o furo, para obter uma informação contrária a sua pessoa. Estamos em meio a uma pandemia, as mortes já são reais há muito tempo, os numerários servem para sensibilizar àqueles, que ainda vicejam na alma, um traço de humanidade, ultrapassamos a casa da 7 mil mortes, a imprensa internacional aponta, de que somos a nação, cujo o descontrole sobre o contágio do vírus é evidente, por não termos, de fato, realizado uma quarentena aceitável. Parafraseio ao grande compositor, Aldir Blanc, que partira hoje aos 73 anos, para um plano superior, que em uma de suas mais afamadas canções, "O bêbado e a equilibrista", dissera, de que chora a nossa pátria mãe gentil, choram Marias e Clarisses no solo do Brasil, também, alertou-nos de que uma dor assim pungente, não seria inutilmente, e, de que a esperança equilibrista, caminha sobre uma tênue linha, e que em cada passo dado, poderia se machucar, mas vaticinou, de que ela sabe, de que o show tem que continuar, corroboro de tal argúrio, de que toda a obscuridade, será vencida pela luz, que há muito já brilhara sobre esse povo, que é, de não permitir que tiranos assassinem o nosso bem maior, que é a liberdade.