Há exatos 108 anos, em 1912, naufragava o Titanic, navio, que segundo as lendas que foram alimentas no discorrer das décadas conseguintes, nem Deus o conseguiria afundá-lo, uma referência a uma inscrição contida em seu casco. O número correto de pessoas vitimadas, jamais saberemos ao certo, devido as incongruências informacionais, mas, segundo as autoridades que realizaram as investigações, estima-se 1514 óbitos, e todos os extratos sociais tiverem os seus representantes nessa lista, é claro que, aos que pertenciam a classe média, ou eram indivíduos elitizados, tiveram maiores oportunidades de não serem tragadas pelo destino mortiço, pois estavam alojados nos dois primeiros compartimentos, onde a acessibilidade a botes salva-vidas era mais simples, uma situação diametralmente oposta que fora ofertada aos pobres e imigrantes, que foram destinados ao último espaço que lhes convia naquela embarcação, nas imediações da cadeira, sendo esse grupo, que tivera as maiores prejudiciações no momento de escaparem da morte. Encontro uma situação análoga com a do Brasil de nossa contemporaneidade, temos um capitão, que da mesma forma como transcorrera na trágica viagem, não percebera, de que, estava dirigindo-se para uma enorme montanha de gelo, mesmo com todas as indicações, as quais ele tivera acesso, decidira prosseguir, até, que colidira. Em uma parecença, assustadora, Jair, renitentemente, persiste com sua enevoada convicção, de que o vírus, não é tão avultante quanto mostra-se na sua enérgica atuação. Nesse Titanic a brasileira, os botes são um elemento efêmero a disposição, tanto, que os especialistas já denotam, um relevante número de subnotificações, por não termos testes suficientes, e com isso, potencializa-se a descrença na perigosa disseminação do vírus, e sabemos que mesmo em um quadro nevrálgico, a burguesia tupiniquim conseguiria afugentar-se de alastramento, porquanto, terem melhores condições de tratamento e medicação. Se escutarmos a voz desse ensandecido capitão, teremos que prepararmo-nos para enxergar, um morticídio a céu aberto.