Liberdade, liberdade, abra as asas sobre nós, essa epígrafe composta pelo poeta Castro
Alves, ressoa com virulência em nossas mentes, pois estão, ansiando por asfixiar essa
senhora tão prezada. E para que se acarrete tal morte, o seus algozes, buscam encontrar
dispositivos legais, para aos que a vicejam, não tenham mais o direito de cortejá-la. E o alvo
desta vez, é o experiente jornalista Ricardo Noblat, que ao compartilhar em suas redes
sociais, uma charge do cartunista Aroeira, onde contida nos seus traços, estava Bolsonaro
a desenhar uma suástica com a cruz Vermelha, insígnia símbolo dos hospitais, e proferindo
uma interjeição, conclamando aos seus seguidores a invadir outros ambientes hospitalares.
A resposta veio da Secom, órgão responsável pela comunicação governamental, mas que
na cristalina realidade, elabora peças que defendem ao presidente, sendo taxativa em suas
redes sociais, e sentenciando de que Noblat, cometera um ato criminoso, ao sugestionar de
que o presidente seria um nazista.
Admirável, de como todos os integrantes palacianos aspirem ideais, onde o cenário perfeito
seria, uma nação e a imprensa praticarem o mais diminuto servilismo, sem contestações,
somente com pessoas ordeiras e aptas para acederem com todas as sandices federais. É
claro que já se faz existente esse tipo de empresa jornalística, os exemplos são o SBT e a
Record, que por intermédio de seus departamentos de jornalismo, exercem
desveladamente uma assessoria de imprensa luxuosa. Lógico, a custo de polpudas verbas
publicitárias. Aqueles que assistirem aos seus telejornais, porventura, poderão encontrar um
Brasil desconhecido, onde os sacrilégios cometidos pela presidência e também por seus
ministros, sejam atos pertencentes a essa neófita liturgia, que fora implantada em Brasília, e
portanto, nenhum desagravo poderia ser denotado. Por não saberem conviver com o
contraditório, esses indivíduos que ocupam cargos de tamanha relevância, almejam
silenciar com processos judiciais, aos que soerguem em defesa de uma ambiência, que na
qual, tenhamos como sociedade, o direito, de expressar as nossas opiniões, sejam através
de uma manifestação artística, como a charge desenhada, ou indo às vias públicas.
A gênese dos conceitos que embasam a profissão de jornalista, é a descoberta daquilo, que
os que ocupam os cargos de poder, não desejam que venham a público. E esse é o dever
sagrado desse ofício. Jornalistas que não exercitam esse expediente, de serem os
guardiões da verdade, tornam-se cúmplices de sujeitos, cujo os pensamentos estão
estacados, em uma corrosiva maneira de enxergar a governança, apenas como um meio de
locupletar-se das riquezas dispostas no erário público, e que o restante se exploda,
parafraseio aqui, ao personagem de Chico Anysio, Justo Veríssimo. Eles não conseguirão
obscurecer ao território nacional, porquanto sempre haverá pessoas, signatários do direito
de sabermos a límpida verdade.