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Coluna de Marcos Roberto: A verdade que não conseguem silenciar

Liberdade, liberdade, abra as asas sobre nós, essa epígrafe composta pelo poeta Castro

Alves, ressoa com virulência em nossas mentes, pois estão, ansiando por asfixiar essa

senhora tão prezada. E para que se acarrete tal morte, o seus algozes, buscam encontrar

dispositivos legais, para aos que a vicejam, não tenham mais o direito de cortejá-la. E o alvo

desta vez, é o experiente jornalista Ricardo Noblat, que ao compartilhar em suas redes

sociais, uma charge do cartunista Aroeira, onde contida nos seus traços, estava Bolsonaro

a desenhar uma suástica com a cruz Vermelha, insígnia símbolo dos hospitais, e proferindo

uma interjeição, conclamando aos seus seguidores a invadir outros ambientes hospitalares.

A resposta veio da Secom, órgão responsável pela comunicação governamental, mas que

na cristalina realidade, elabora peças que defendem ao presidente, sendo taxativa em suas

redes sociais, e sentenciando de que Noblat, cometera um ato criminoso, ao sugestionar de

que o presidente seria um nazista.

Admirável, de como todos os integrantes palacianos aspirem ideais, onde o cenário perfeito

seria, uma nação e a imprensa praticarem o mais diminuto servilismo, sem contestações,

somente com pessoas ordeiras e aptas para acederem com todas as sandices federais. É

claro que já se faz existente esse tipo de empresa jornalística, os exemplos são o SBT e a

Record, que por intermédio de seus departamentos de jornalismo, exercem

desveladamente uma assessoria de imprensa luxuosa. Lógico, a custo de polpudas verbas

publicitárias. Aqueles que assistirem aos seus telejornais, porventura, poderão encontrar um

Brasil desconhecido, onde os sacrilégios cometidos pela presidência e também por seus

ministros, sejam atos pertencentes a essa neófita liturgia, que fora implantada em Brasília, e

portanto, nenhum desagravo poderia ser denotado. Por não saberem conviver com o

contraditório, esses indivíduos que ocupam cargos de tamanha relevância, almejam

silenciar com processos judiciais, aos que soerguem em defesa de uma ambiência, que na

qual, tenhamos como sociedade, o direito, de expressar as nossas opiniões, sejam através

de uma manifestação artística, como a charge desenhada, ou indo às vias públicas.

A gênese dos conceitos que embasam a profissão de jornalista, é a descoberta daquilo, que

os que ocupam os cargos de poder, não desejam que venham a público. E esse é o dever

sagrado desse ofício. Jornalistas que não exercitam esse expediente, de serem os

guardiões da verdade, tornam-se cúmplices de sujeitos, cujo os pensamentos estão

estacados, em uma corrosiva maneira de enxergar a governança, apenas como um meio de

locupletar-se das riquezas dispostas no erário público, e que o restante se exploda,

parafraseio aqui, ao personagem de Chico Anysio, Justo Veríssimo. Eles não conseguirão

obscurecer ao território nacional, porquanto sempre haverá pessoas, signatários do direito

de sabermos a límpida verdade.